A
cidade de Dourados está infestada com caramujos gigantes da espécie Achtina
fulica. A proliferação é sentida em épocas de chuva e umidade conforme se
registra nos últimos dias.
Moradores
de bairros próximos a córregos ou terrenos baldios mal conservados são os mais
prejudicados. De acordo com o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) em épocas de
chuva o caramujo, que geralmente está hibernado debaixo da terra, “ganha vida”
e sai para buscar alimento e se proliferar.
O
aposentado Wilson Medeiros relata o drama vivido por ele a família com a
invasão dos moluscos. Ele conta que de centenas de caramujos no ano passado, a
casa dele passou a abrigar milhares, hoje. Medeiros conta que eles estão por
toda a parte e que, por pouco, não invadiram a casa dele. “Tenho árvores
frutíferas como bananeiras, acerola e goiaba. Os caramujos sobem nestas árvores
e acabam com tudo. Eu venho fazendo a limpeza diária, jogando sal e queimando
com álcool mas não estou dando conta”.
Segundo
ele, é importante manter o quintal limpo e sem condições de habitat para o
molusco. Ele também recomenda que a única forma de conter os caramujos, de
maneira segura, é através da coleta manual e incineração, já que nenhum
lesmicida é autorizado ou recomendado pelo Ministério da Saúde para ser usado,
neste caso.
“O
morador precisa utilizar sempre luvas para evitar doenças. Ele recolhe os
caramujos, coloca em um latão de lixo e incinera. A água com sal desidrata o
caramujo, mas os vermes contidos no molusco, principalmente no musgo, continuam
a transmitir doenças”, conta.
A
angiostrongilíase meningoencefálica humana (ou Meningite Eosinofílica) e a
angiostrongilíase abdominal são as principais doenças. Ambas podem levar à
morte, segundo o biólogo.
A
forte concentração da espécie se deve à ausência de predadores naturais. O
molusco foi trazido há mais de mais de 20 anos da África para o Brasil.
Confundido
com o escargot, ele acabou sendo abandonado porque não dava lucro aos
produtores. Os criadores jogaram os moluscos nos rios e córregos de Dourados.
Como eles precisam de água para se reproduzir, acabaram se proliferando em
grande quantidade e infestando bairros.
Segundo
o biólogo, o CCZ vem fazendo a orientação técnica para a população todos os
dias. por telefone ou visitas. A idéia é orientar as famílias sobre como fazer
algumas modificações no quintal que podem afastar os “invasores”.
Recentemente,
na rua 20 de dezembro, no Jardim Água Boa, os moradores estavam se desdobrando
para conter os caramujos. O vendedor Alcides Monango calcula os prejuízos.
“Pela manhã a calçada da minha casa e o fundo são tomados por caramujos. Todos
os dias retiro latas lotadas deles e coloco fogo mas eles continuam por toda a
parte”.
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